Desconstrução

Meus avós paternos emigraram de Portugal para o Brasil no início do século XX, tal como fizeram muitas outras famílias portuguesas antes e como fariam ainda outras até depois da metade daquele século. A narrativa que se costuma ouvir é de que Portugal era um país agrário e muito pobre, portanto seus cidadãos, por vezes trazendo toda a família, vinham para o Brasil à busca de condições de vida melhores. A suposição dessa narrativa é de que todos os emigrados eram pobres ou mesmo miseráveis, mas existem pistas que nos permitem desconstruir tal narrativa para nos aproximarmos dos factos.

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Conditione

O batismo deveria ocorrer pouco tempo – às vezes dias – depois do nascimento, pois temia-se que a criança morresse sem esse sacramento e acabasse vagando pelo limbo. Além disso, no campo, era comum acreditar que crianças não batizadas atraíssem malefícios para dentro da família. Para evitar que a criança morresse sem o batismo, as parteiras e madrinhas eram instruídas a ministrar batismos de emergência, até que fosse possível a realização do batismo oficial, sub conditione, na paróquia.

Fonte: Genealogia Prática – Nascimento
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Extemporâneo

Em minhas pesquisas em assentos paroquiais de batismo, já encontrei alguns casos interessantes, como o de escravos batizados na idade adulta, certamente pela necessidade de serem convertidos à fé cristã depois de trazidos à força desde o outro lado do Atlântico. Mas encontrei também outros casos – que avalio como curiosos – de batismos não tão tardios, mas realizados depois do prazo previsto pelos costumes da Igreja.

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