Por mais dedicado que seja um genealogista, é quase certo que ele encontrará obstáculos em sua pesquisa. A inexistência de documentos ou o mau estado de conservação dos que porventura existirem estão entre as causas mais comuns desses obstáculos. Mas existem casos menos graves em que, por simples desconhecimento de onde buscar documentos e pistas sobre um ramo da árvore, o pesquisador se vê perdido.

Para esses casos, existem estratégias possíveis. Uma delas envolve a exportação das informações da árvore – preferencialmente criada em um sítio ou aplicativo específico – e sua importação em outros sítios ou aplicativos. Essa estratégia fundamenta-se na exploração do recurso de busca automática de coincidências – em inglês matches – entre as árvores dos milhares de usuários desses sítios.

Em outras palavras, a estratégia descrita explora a capacidade de pesquisa de outros usuários que podem possuir parentes em comum com você. Se eles tiverem avançado na pesquisa exatamente no ramo em que você teve dificuldade, você poderá usar as informações que eles coletaram para expandir sua própria árvore. E, de quebra, poderá ter encontrado um ramo distante e ainda desconhecido de sua família.

Para exportar as informações de sua árvore, você deverá buscar, no sítio onde a criou, a ferramenta de exportação do arquivo/ficheiro GEDCOM – de GEnealogical Data COMmunication -, que nada mais é do que um formato eletrônico de armazenamento de dados genealógicos. Esse formato foi desenvolvido pelos membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que atribuem enorme importância à pesquisa genealógica. Praticamente todos os sítios destinados à criação de árvores genealógicas permitem a exportação e importação de arquivos GEDCOM.

Minha árvore familiar foi criada no sítio MyHeritage. Para extrair o arquivo GEDCOM que contém as informações codificadas sobre meus antepassados e parentes, eu abro o recurso de Gerir árvores genealógicas no menu Árvore e seleciono a opção Exportar para GEDCOM.

O arquivo é produzido e oferecido para ser descarregado imediatamente. Ele não deve ser aberto ou editado, apenas armazenado para ser posteriormente importado em outro sítio como o FamilyTreeDNA. No painel de controle – em inglês dashboard – desse sítio, basta abrir o recurso myFamilyTree.

Para importar o GEDCOM, basta acionar o botão Upload GEDCOM e aguardar a conclusão do processo, que é automático. Quando tiver terminado, ele exibirá a árvore tal como fora criada no outro sítio, embora provavelmente sem as fotografias e arquivos associados a cada parente.

O FamilyTreeDNA permite a importação do GEDCOM para clientes que tenham contratado seus testes genéticos, mas existem outros sítios que permitem a importação do arquivo sem a exigência de contratação de serviços adicionais, como o Geni e o Geneanet. No caso do Geni, o arquivo é importado pelo recurso GEDCOM Import and Export, disponível no item Pesquisa do menu principal.

Já no Geneanet, a importação é feita pelo recurso Importar/Exportar um arquivo GEDCOM no item Árvore Genealógica do menu principal.

Em todos os casos, você precisará criar um cadastro e fornecer um endereço válido de e-mail para receber alertas dos sistemas sempre que um novo match for encontrado. Os matches nem sempre são de boa qualidade, o que quer dizer que é sempre importante analisar cada match e só aprovar os que de fato forem precisos e sustentados por provas documentais.


José Araújo é linguista e genealogista.


José Araújo

Genealogista