O iniciante na pesquisa genealógica muitas vezes fica perdido pelo desconhecimento das fontes de informações disponíveis para consulta e, quando já as conhece, diante da necessidade de interpretar o conteúdo dos documentos encontrados. Felizmente, esse iniciante tem um recurso ao qual recorrer nesses casos: os grupos de interesse específico no Facebook.

Esses grupos costumam ser grandes comunidades de pesquisadores iniciantes e avançados que contribuem auxiliando seus confrades e compartilhando suas descobertas. Ao fim e ao cabo, todos saem ganhando com o conhecimento que circula entre eles. Nos grupos, é possível, entre outras coisas:

  • pedir ajuda sobre onde encontrar determinadas informações – por exemplo, se em conservatórias/cartórios ou arquivos históricos;
  • pedir ajuda na transcrição ou interpretação de um documento digitalizado;
  • buscar recomendações de genealogistas profissionais atuantes em determinada região;
  • solicitar conteúdos de obras esgotadas ou de acesso limitado;
  • divulgar publicações recentes sobre o tema.

Associar-se a um ou vários desses grupos é algo recomendado a todos, porém há algumas precauções a tomar, sendo a mais importante delas a de ler com atenção a declaração de propósito e as regras de comportamento. Essas informações dizem respeito ao que se pode compartilhar ou declarar no grupo e ao que pode ocasionar uma censura ou mesmo expulsão pelos administradores.

Embora os grupos costumem ser bastante organizados e suas discussões bem focadas no assunto, por vezes há conflitos de interpretação que podem ser bastante desagradáveis. Tenho um caso a relatar a respeito de um desses grupos, do qual me excluí voluntariamente há alguns dias por discordar da forma como agiram seus administradores a respeito de duas publicações que fiz.

A primeira publicação envolvia a divulgação de uma obra digital que lancei sobre o tema. O conteúdo foi aprovado, porém uma das administradoras assinalou, em mensagem pública, que o conteúdo não era adequado, pois apenas seriam autorizadas divulgações de obra sobre genealogia. Respondi que o conteúdo da obra era relevante ao tema do grupo e que havia lido publicação similar de outro participante alguns dias antes. Após minha réplica, outra administradora, de forma bastante cordial, comentou que teria havido algum “mal entendido” – sendo assim, eu tinha razão.

Minha segunda publicação era relativa a um assunto afim – testes genéticos para genealogia e ancestralidade -, porém nem chegou a ser aprovada. Sete dias após a tentativa, enviei pergunta a respeito do atraso, mas não recebi resposta dos administradores. Em mensagem pública, os administradores limitaram-se a afirmar que eram pessoas atarefadas em suas vidas pessoais e não tinham tempo para responder todas as demandas que recebiam.

Considerei os incidentes verdadeiros exemplos de má gestão comunitária – para não dizer deselegância – e decidi não mais participar desse grupo, embora reconheça a relevância dos conteúdos que nele circulam. Pelas razões expostas, excluí o referido grupo da lista de recomendações do blogue, pois não recomendo grupos em que haja tratamento grosseiro, deselegante e desigual por parte dos administradores.


José Araújo é linguista e genealogista.


José Araújo

Genealogista