Por que (você) se interessa por genealogia? Essa foi uma das dez perguntas que incluí em uma pesquisa on-line com o objetivo de entender o que buscam os membros de diversas comunidades brasileiras do Facebook com foco nesse tema. Embora eu imaginasse quais seriam as respostas deles pela observação das discussões que travavam nos tais grupos, não sabia como seria a distribuição relativa delas.

Uma semana após a divulgação do formulário nos grupos, as 41 respostas submetidas até este momento sugerem um padrão que pode ser observado no gráfico abaixo. Como a pergunta permitia mais de uma resposta, o padrão que observamos é de uma ordem de prioridades.

Em primeiro lugar para os respondentes vem a necessidade de conhecer a história de suas famílias, seguida pela de encontrar parentes. Poderíamos interpretar essas necessidades como complementares, pois, ao reconstruir a história familiar, é inevitável que se descubram ramos da família que se afastaram por razões tão variadas como guerras e migrações, entre outras.

A obtenção de outra cidadania aparece em terceiro lugar, e existem comunidades em que os membros se ajudam na busca e interpretação de pistas que podem conduzir a um processo bem sucedido. Um exemplo são as comunidades dedicadas à busca de documentos que comprovem ascendência sefardita com vista à obtenção da cidadania portuguesa.

Quatro respondentes acrescentaram suas próprias demandas pessoais, que podem ser agrupadas da seguinte forma: profissão (2), autoconhecimento (1) e pesquisa acadêmica (1). Poderíamos supor que a busca de autoconhecimento esteja relacionada à já mencionada necessidade mais frequente de conhecer a história familiar.


José Araújo é linguista e genealogista.


José Araújo

Genealogista