Meio

Na vigência do regime escravocrata, antes das Leis do Ventre Livre e dos Sexagenários, receber ou conquistar a liberdade era algo que poderia depender de onde viviam os escravizados. Aqueles que viviam em regiões agrícolas normalmente obtinham a liberdade pela decisão de seus proprietários – que costumavam deixavam sua vontade expressa em testamento – ou pela simples fuga do cativeiro. Já os escravizados urbanos, especialmente as mulheres que trabalhavam no comércio, tinham mais oportunidades. Mediante acúmulo de parte dos resultados de suas vendas, elas poderiam reunir valor suficiente para ressarcir seus proprietários pelo valor que pagaram por elas e assim compravam sua liberdade e às vezes também as de parentes muito próximos, quase sempre de suas mães e filhos.

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Post-mortem

Diversas postagens aqui no blogue dizem respeito a um dos ramos de minha árvore que ainda apresenta lacunas. Isso ocorre pelo facto de meu bisavô materno João Pereira Belém (1854-1921) carregar o sobrenome composto de uma família poderosa de Bananal de Itaguaí, hoje Seropédica, Rio de Janeiro. Por meio de evidências documentais e genéticas, sei que João tinha, em seu ramo paterno, um antepassado europeu, muito provavelmente oriundo de Portugal, embora não se saiba se esse antepassado era seu pai ou avô. O problema está na constatação de que todos os filhos de João foram registrados como pardos, o que sugere uma origem africana ainda não identificada.

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