Intrigas

Neste quarto texto da série sobre a proposta de uma Genealogia que recrie aspectos da vida cotidiana dos antepassados vou tratar das formas de socialização e dos costumes. Aqui quero sugerir os processos inquisitoriais como peças relevantes não apenas para comprovação da condição cristã-nova de algum antepassado, mas também como fonte preciosa para o conhecimento sobre a alimentação, o trabalho e as formas como nossos antepassados se relacionavam com seus vizinhos – ou se tornavam desafetos deles. O caso em destaque tem relação com o português Bento Teixeira (1561-1618), “mestre de gramática” que viveu em Pernambuco e foi o autor do que se considera o primeiro poema épico da literatura brasileira: Prosopopeia.

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Aleixo

Outra atividade a que me dedico além da pesquisa genealógica são os guiamentos turísticos pelo centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. O que pouca gente sabe é que foi a pesquisa genealógica que me levou a essa atividade. Tudo começou quando descobri no ramo materno de minha árvore familiar muitos personagens que tiveram participação na história da cidade, em especial na sua parte mais antiga, que era o quadrilátero contido entre os morros do Castelo – demolido em 1922 – , de São Francisco – parcialmente demolido na década de 1960 – , de São Bento e da Conceição. O morro da Conceição, por exemplo, tem hoje metade de seu perímetro percorrido em meu guiamento mais frequente, que tem relação com a história da região da Pequena África. O morro de São Bento, por outro lado, por uma questão de logística, é apenas citado nesse guiamento. Mal sabia eu que… Mas vamos por partes.

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Preconceitos

Este é o terceiro texto da série que dedico à proposta de uma Genealogia que vá além do simples inventário de nomes, datas e lugares para recriar, com base em fontes primárias – relatos de viajantes, cartas – e secundárias – estudos acadêmicos – , um relato da vida cotidiana de nossos antepassados. Neste texto, sigo abordando o relato do viajante Richard Flecknoe, que visitou a cidade do Rio de Janeiro em meados do século XVII. Aqui trato da cautela que se deve ter ao recorrer a fontes como os relatos de viajantes, pois eles pintam um quadro da vida social de nosso passado com as tintas das culturas desses observadores, o que em geral dava margem a percepções enviesadas e carregadas de preconceito.

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