Triangulando

Desde que fiz um teste de DNA autossômico pelo FTDNA venho acompanhando as correspondências genéticas (matches) em busca do que possam me revelar sobre meus antepassados e, especialmente, sobre os antepassados cujos ramos específicos se encontravam incompletos pela existência de filhos naturais apenas de suas mães. Alguns desses matches eu tenho seguido bem de perto, pois eles também surgiram para meus primos, cujos testes foram realizados depois do meu. Em um caso específico, cheguei a manter breve conversa com o match de sobrenome FA, que gerenciava seu teste próprio e os de seu pai e tio paterno, todos eles em comum comigo e minha prima materna Regina. Embora a conversa não tenha surtido o efeito que eu esperava, eu já sabia por qual de meus ramos familiares se dava o parentesco. A situação permaneceu inalterada até que…

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Loteria

Os resultados dos testes de genealogia genética deixam bem claro o quanto a herança do DNA é uma loteria. Não resta dúvida de que filhos e netos herdarão muito DNA de seus pais e avós biológicos, mas a situação começa a ficar mais imprevisível a partir dos primos de segundo grau. Não é por isso, no entanto, que primos mais distantes revelados pelos testes não devam ser considerados como possíveis fornecedores – voluntários ou não – de pistas para o desenvolvimento de nossas árvores familiares e a descoberta da filiação paterna de alguns de nossos antepassados. Tenho casos assim em minha árvore materna e só pude esclarecer alguns deles até o momento graças a meus primos WIL, REG e THAS, que tiveram o carinho de participar comigo dessas buscas pela paternidade dos n-avós, que por vezes parece infindável. Neste texto quero demonstrar o quanto foi variada a carga genética que eu e meus primos herdamos de nossos antepassados em comum e que compartilhamos com correspondências ou matches de DNA que são nossos primos distantes por descenderem desses mesmos antepassados. A proposta é demonstrar que mesmo matches com relativamente pouco DNA compartilhado têm valor na pesquisa.

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Diáspora

Mais de 92 milhões de pessoas (45,3% da população) entrevistadas pelos recenseadores no censo de 2022 se identificaram como pardas, reconhecendo dessa forma que descendem de povos originários – indígenas e africanos. O termo pardo originalmente dizia respeito apenas a pessoas que fossem mestiças de brancos e africanos e, se levarmos em conta que a população brasileira sempre foi majoritariamente composta de pessoas de origem africana – foram elas que movimentavam a economia colonial e imperial – , temos de admitir que o povo brasileiro descende majoritariamente de africanos escravizados e, como discuto a seguir, de diversas etnias.

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