Perguntas

Genealogista é alguém que aprendeu a fazer perguntas. Essa afirmação pode soar esquisita, afinal, segundo o senso comum, um genealogista seria justamente alguém que encontra respostas para as perguntas trazidas pelos clientes, tais como: onde nasceu meu avô português? existe algum cristão-novo em minha árvore familiar? A afirmação pode soar esquisita, mas o fato é que não se chega às respostas sem fazer boas – e muitas – perguntas. E eu explico essa afirmação fazendo outra afirmação igualmente esquisita: quem naturaliza os fatos da realidade – quem os toma como sempre verdadeiros ou inevitáveis – dificilmente fará uma boa pesquisa genealógica.

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Exposta

Vital Gomes Freire, pároco da freguesia de Nossa Senhora da Conceição, digo, de Santo Antônio de Jacutinga, certifico que em três dias festivos acima apontados [nota: 19 e 26 de abril e 1º de maio] […]ação da missa conventual, denunciei os contraentes conteúdos neste banho, acerca dos quais ainda até agora ninguém tem revelado impedimento algum para o matrimônio que intentam, nem eu sei. O assento do batizamento de Félix Pereira Barbosa não se acha no livro que [possuo] em meu poder. Assim e na verdade portanto o juro in verbo […]. Em Santo Antônio de Jacutinga aos oito de maio de mil setecentos e quarenta e quatro anos.

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Indígenas

O censo de 2022 revelou que 1,7 milhão de indígenas vivem no Brasil, o que corresponde a 0,83% da população total do país. Não se sabe exatamente quantos indígenas viviam por aqui em 1500, mas as estimativas variam de três a oito milhões. A Amazônia, por exemplo, que por muito tempo foi considerada uma região praticamente desabitada, era, ao contrário, densamente povoada, como atestam relatos dos primeiros europeus que subiram seus rios. A drástica redução das populações indígenas foi o resultado de séculos de perseguições, extermínios e epidemias que ceifaram incontáveis vidas após o contato com o europeu.

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