Córdula

Acordam os inquisidores, ordinário e deputados da Santa Inquisição que, vistos estes autos, culpas e confissões de Córdula Gomes, parte de cristã-nova, casada com Antônio de Azevedo, lavrador, natural e moradora na cidade do Rio de Janeiro, […] que presente está, porque se mostra que sendo cristã batizada obrigada a […] e crer tudo que tem, crê e ensina a Santa Madre Igreja de Roma, ela o fez pelo contrário e, de certo tempo a esta parte, persuadida com o ensino e falsa doutrina de certa pessoa de sua nação, se apartou da nossa Santa Fé Católica, e passou à crença da Lei de Moisés, tendo-a ainda agora por boa e verdadeira, esperando salvar-se nela.

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Sangue

“[…] a Inquisição portuguesa considerava que as famílias cristãs-novas continuavam a transmitir o judaísmo pelo sangue às gerações pós-conversão forçada (1497), não havendo, portanto, chance alguma de um cristão-novo ser um fiel observante da lei de Jesus. Assim, não haveria confissão de fé católica aceita pelo Santo Ofício.” _ Susana Maria de Sousa Santos Severs. Cristãos-novos na Bahia colonial. In: CENTRO DE HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA. História dos Cristãos-novos no Brasil. 1ª edição. Editora Jaguatirica, 2017, pp. 57-76

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Vizinhos

Embora tenha havido inúmeros casos de cristãos-novos que se casaram com cristãos-velhos para escapar da vigilância dos agentes do Tribunal do Santo Ofício, o comportamento mais frequente deles era de natureza endogâmica, ou seja, de manter os relacionamentos dentro de sua própria comunidade. Existiu, no entanto, outro comportamento, frequentemente ignorado, e para além dos casamentos, que também tinha relação com a endogamia: a proximidade espacial.

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