Omissão

Se posso dar uma dica para quem se inicia na pesquisa genealógica ela seria a seguinte: leia toda fonte documental com olhos de detetive. Imagine que cada documento encontrado, seja um assento paroquial ou um testamento, vai fornecer pistas para esclarecer aspectos insuspeitos das vidas das pessoas nele citadas. Esses aspectos podem envolver algo trivial como a natureza do relacionamento entre os pais e os padrinhos nomeados no assento de batismo de uma criança.

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Mutantes

Fazer pesquisa genealógica no Brasil é ter de enfrentar uma questão muito complexa: a dos sobrenomes. Se durante boa parte do século XX seguiu-se um costume de batizar os filhos legítimos com o sobrenome da mãe seguido do sobrenome paterno – houve exceções, eu sei – , a pesquisa em registros de dos séculos anteriores nos põe diante de possibilidades como filhos que na idade adulta adotavam o sobrenome da família paterna e filhas que adotavam o da família materna ou um sobrenome devocional – da Conceição, de Jesus, de São José – o que torna mais difícil a pesquisa porque este não traz nenhuma indicação dos sobrenomes familiares. Não bastasse isso tudo, havia pessoas que adotavam outro sobrenome na idade adulta e não necessariamente um que tivesse relação com os de sua família.

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Amante

Todos os meus bisavós maternos aparecem nos documentos como filhos naturais de suas mães, algo que não era incomum nos séculos passados. Em ao menos dois casos consegui esclarecer as filiações: a de Artur Rabelo Guimarães, pai de minha avó materna; e a de João Pereira Belém, pai de meu avô materno. Ambos os casos exigiram análises de várias fontes documentais – assentos paroquiais, inventários, notícias de jornal – e de correspondências de testes de DNA autossômico feitos por mim e por primos maternos. O caso de Artur, como já comentei e voltarei a comentar em um próximo texto, foi facilitado pelo facto de ele ter um sobrenome composto distinto do de sua mãe e idêntico ao de uma família portuguesa que vivia na mesma cidade.

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