Desde o lançamento do Projeto Genográfico pela National Geographic Society em 2005, a oferta de testes genéticos para fins genealógicos aumentou sensivelmente. O aumento da oferta e o desenvolvimento da tecnologia deverão reduzir o custo desses testes, o que contribuirá para sua popularização. E quanto mais pessoas puderem ter seu DNA testado, maior será a chance de encontrar coincidências genéticas e parentes distantes após a divulgação dos resultados pelos laboratórios.
Abri recentemente um formulário, divulgado em grupos de genealogia do Facebook, para esclarecer algumas questões sobre os brasileiros interessados no assunto. Duas das questões do formulário diziam respeito aos testes genéticos. A primeira inquiria sobre os testes genéticos contratados pelos respondentes. A segunda, sobre a capacidade de interpretação dos resultados dos testes contratados.
Dos 61 respondentes, apenas 35 confirmaram ter contratado esses testes, sendo que a maior parte deles (21) contratou o teste autossômico, que costuma apresentar a constituição genética geral do sujeito, ou seja, aquela que ele herdou indistintamente de ambos os seus pais. Dos 14 restantes, oito contrataram o teste mitocondrial, pelo qual se investiga a herança genética exclusivamente pela linha materna; e 6, o teste do cromossomo Y, pelo qual se investiga exclusivamente a linha paterna.
Dos respondentes testados, apenas seis relataram não ter conseguido interpretar os resultados. O formulário não perguntou o que, de facto, os que conseguiram interpretar obtiveram de avanço em suas buscas, o que seria um bom campo de investigações, pois, pelo que tenho observado em grupos do Facebook dedicados à genealogia genética, os resultados não são fáceis de interpretar sem conhecimentos gerais sobre Genética e sobre a História das populações representadas nas bases de dados dos laboratórios que comercializam os testes.
Para saber mais sobre esses testes, recomendo a leitura do e-book Genealogia Genética, que está à venda na Livraria Kindle.
José Araújo é linguista e genealogista.