Uma boa pesquisa genealógica deveria começar dentro de casa, pelos documentos da família. Embora soe óbvio, poucos candidatos a genealogistas amadores se dão conta disso. E quando se dão conta, constatam uma situação grave: os documentos não existem mais.

Tenho constatado caso após caso de pessoas interessadas em conhecer a história de suas famílias ou em iniciar um processo de obtenção de cidadania que não fazem a menor ideia de onde encontrar os documentos de seus avós já falecidos. A situação piora quando os filhos desses antepassados desconhecem a história de seus próprios pais. Tive exemplos disso em minha própria família, o que atrasou muito o início de minhas buscas – em outra postagem conto como saí dessa situação.

Quando a tal “situação grave” é percebida como inevitável, só há uma coisa a fazer: tentar reconstruir o caminho a partir do que existe. Para encontrar a certidão de nascimento de um avô ou avó, que talvez seja estrangeiro(a) – imaginando que seja para um processo de cidadania -, comece pela sua própria certidão de nascimento, pois nela estão registrados os nomes de pais e avós, se eram conhecidos à época de seu registro.

Mas, acredite, há pessoas que não conseguem mais encontrar sua própria certidão de nascimento. Mas isso não costuma ser razão para desespero, pois há alternativas para obter a segunda-via:

  • Ir ao cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN) da cidade onde nasceu e solicitar a segunda-via. Algumas cidades têm mais de um RCPN, portanto talvez seja necessário entrar em contato com eles para saber de qual solicitar o documento;
  • Descobrir se o cartório dessa cidade tem um site e se oferece serviço de envio de certidões por via postal;
  • Buscar um site genérico que ofereça serviço de envio de certidões por via postal.

Infelizmente, não é rara a situação de não se saber em qual cartório foi feito o registro do antepassado. Os descendentes podem não ter a informação, a cidade pode ter muitos cartórios – caso de grandes centros urbanos e capitais -, e o cartório existente quando o antepassado estava vivo pode não mais existir e seu arquivo ter sido transferido para outro cartório. Nesses casos, é possível tentar localizar a certidão pela internet – tanto no Brasil quanto em Portugal, pois muitos documentos foram digitalizados. O processo é trabalhoso e nem sempre bem sucedido, mas funcionou comigo em vários momentos.

Assento de óbito encontrado na internet

Em todas as alternativas apresentadas, a entrega da certidão demora alguns dias ou até semanas, mas é possível obter tantas vias quantas forem necessárias desde que se pague por isso.


José Araújo é linguista e genealogista.


José Araújo

Genealogista

1 comentário

Pesquisa – Genealogia Prática · 16 de fevereiro de 2017 às 16:13

[…] postagem anterior, eu prometi contar como saí da “situação grave” de não ter os documentos de meus […]

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