Seabras

Minha trisavó Julinda Dias Seabra (1843-1884) foi identificada nos documentos da Igreja apenas como filha natural de Eleutéria Rosa da Conceição, mas carregava um sobrenome composto que parecia denunciar a identidade de outra família, talvez a de seu pai biológico. Com auxílio de minha prima e genealogista Cassia Carauta, foi reconhecida a presença de um cidadão português chamado Pedro Dias de Seabra na mesma freguesia de Santo Antônio de Jacutinga, onde Julinda nasceu, teve dois filhos e faleceu.

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Inconstância

No passado, os sobrenomes eram escolhidos no crisma, quando a pessoa completava 14 ou 15 anos. Até esse momento, ela poderia responder apenas pelo nome recebido no ato de seu batismo. Mas se engana quem acredita que a escolha do sobrenome na adolescência pacificava a questão da identificação social e oficial na cultura luso-brasileira. Descrevo aqui alguns casos que demonstram como a pesquisa contemporânea se torna complexa pelas escolhas aparentemente aleatórias feitas por nossos antepassados até o século XIX.

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Necrópole

Aos trinta dias de agosto de mil oitocentos e cinquenta e cinco foi sepultada no cemitério da Irmandade do Santíssimo Sacramento desta igreja da freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Bananal Maria Teresa da Paz, branca, fluminense, idade cinquenta anos, viúva, moradora na freguesia de São Pedro e São Paulo. Foi por mim encomendada e pelo reverendo coadjutor da freguesia. Do que, para constar, fiz este assento.

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