Estimativas

Quando a árvore genealógica alcança gerações muito remotas, além dos decavôs, por exemplo, é possível que não se encontrem mais livros com registros de eventos vitais como batismos, casamentos e óbitos. Esses livros podem ter sido destruídos por incêndios ou inundações, pela ação de insetos ou pela corrosão provocada pela tinta com que se escreviam os registros. Com sorte, talvez se consigam informações em fontes secundárias como obras de pesquisadores do passado, mas talvez essas obras deixem de mencionar elementos importantes como as datas em que as pessoas nasceram, se casaram ou morreram, pelo que pode ser necessário fazer estimativas a partir de pontos de referência disponíveis. O que apresento abaixo é um exemplo de como tento elaborar essas estimativas.

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Desfecho

Em um texto já antigo aqui no blogue apresentei o caso da busca da paternidade de meu bisavô materno Artur Rabelo Guimarães (1868-1917), cujos registros documentais informavam apenas que era “filho natural de Julinda Dias Seabra”. Mencionei naquele texto que a disparidade de sobrenomes de mãe e filho e a presença na cidade de uma família com o mesmo sobrenome de Artur indicava a possibilidade de uma perfilhação, embora até seu casamento com minha bisavó Argemira ele ainda fosse identificado como filho de pai desconhecido.

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Peraltas

Quando a genealogia avança pelos séculos, é possível que não sejam mais encontrados assentos paroquiais que permitam saber quando os antepassados nasceram, casaram ou morreram. Talvez nem mesmo testamentos e inventários sejam encontrados que ajudem numa estimativa aproximada, mas, em alguns casos, a sorte pode acenar sob a forma de documentos de outra natureza: processos inquisitoriais. É certo que nesses processos nem sempre os dados vitais relacionados aos antepassados processados sejam exatos, mas podemos fazer estimativas, o que é melhor do que nada. É o caso que passo a descrever.

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