Angola

Lembrei que minha mãe dizia ter parentes em Angola. Fui a última filha a casar e sair de casa. De vez em quando, comentávamos sobre o passado. Parece que minha avó comentava com ela. Eu lembro que quando aparecia na tv alguma reportagem, ela ficava no assunto. […] Que tinha primos lá, mas não conhecia. Eu lembro que minha avó nos visitava muito! Ela e a esposa do filho mais novo, que só lembro o apelido […] Parece que estou vendo elas em minha casa. Minha avó usava saias rodadas com elásticos na cintura, como as saias das baianas.

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Ticares

A busca da história de nossos antepassados escravizados ainda engatinha no Brasil, mas já é bem avançada nos Estados Unidos, onde a empresa African Ancestry dedica-se à análise do DNA de seus clientes para tentar identificar a que grupos étnicos atuais poderiam estar relacionados seus antepassados capturados pelo tráfico transatlântico. Sei que ambas as avós de minha mãe eram afrodescendentes segundo resultados de testes de DNA mitocondrial meu e de uma prima dela – portanto também prima minha – feitos com a empresa FamilyTreeDNA. Theodora Maria da Conceição, a avó paterna de minha mãe, era do haplogrupo L1c1b; Argemira Pereira da Silva, sua avó materna, era do haplogrupo L1c2a3b. Mas a quais grupos étnicos esses haplogrupos poderiam corresponder?

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Rotas

O tráfico transatlântico de africanos escravizados durou mais de 300 anos e trouxe milhões de indivíduos – majoritariamente homens jovens, mas também mulheres e crianças – para as costas do continente americano, a partir de onde foram vendidos e espalhados pelos territórios das nações que se formavam a fim de serem explorados na produção agrícola (de açúcar, algodão, café) e na extração mineral.

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