Peraltas

Quando a genealogia avança pelos séculos, é possível que não sejam mais encontrados assentos paroquiais que permitam saber quando os antepassados nasceram, casaram ou morreram. Talvez nem mesmo testamentos e inventários sejam encontrados que ajudem numa estimativa aproximada, mas, em alguns casos, a sorte pode acenar sob a forma de documentos de outra natureza: processos inquisitoriais. É certo que nesses processos nem sempre os dados vitais relacionados aos antepassados processados sejam exatos, mas podemos fazer estimativas, o que é melhor do que nada. É o caso que passo a descrever.

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Carteirada

Durante o período colonial, certas funções administrativas, militares e religiosas eram de acesso restrito apenas para pessoas que comprovassem ser de sangue puro, ou seja, que não possuíssem antepassados de origem africana, moura ou judia. Os estatutos de pureza de sangue exigiam que se fizesse uma investigação sobre as origens familiares dos candidatos a essas funções, pelo que não era infrequente que muitos fossem rejeitados, dada a quantidade de descendentes de africanos e judeus na colônia, onde no início da ocupação do território faltavam mulheres brancas com quem os colonos portugueses pudessem constituir família segundo mandava o catolicismo, a religião oficial da Coroa portuguesa.

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Revisita

A pesquisa genealógica exige a busca e a exploração meticulosa de diversas fontes de informação. Mas não se deve acreditar que uma fonte possa ser explorada apenas uma vez, sem revisitas. Mesmo fontes já conhecidas podem revelar algo novo a partir do confronto com fontes recém-descobertas. O caso que relato aqui diz respeito a uma fonte – bastante sucinta, por sinal – que nem é tão antiga em meu acervo genealógico, mas que tenho revisitado com alguma frequência por ter relação com um ramo de ascendentes sobre os quais não há muitos documentos disponíveis ou mesmo conhecidos.

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