Inconstância

No passado, os sobrenomes eram escolhidos no crisma, quando a pessoa completava 14 ou 15 anos. Até esse momento, ela poderia responder apenas pelo nome recebido no ato de seu batismo. Mas se engana quem acredita que a escolha do sobrenome na adolescência pacificava a questão da identificação social e oficial na cultura luso-brasileira. Descrevo aqui alguns casos que demonstram como a pesquisa contemporânea se torna complexa pelas escolhas aparentemente aleatórias feitas por nossos antepassados até o século XIX.

(mais…)

Escolhas

O Brasil perdeu na semana passada a escritora, professora e imortal da Academia Brasileira de Letras Heloisa Teixeira. Nascida em 26 de julho de 1939 em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, Heloisa por muitos anos assinou o sobrenome de seu primeiro marido, o advogado e galerista Luiz Buarque de Hollanda. Ela certamente sabia da importância que esse sobrenome carregava no Brasil e, em julho de 2023, em atitude coerente com suas décadas de pesquisas e agência no campo feminista, anunciou que passaria a assinar como Heloisa Teixeira, sobrenome de seu ramo materno. Esse fato tem relevância para uma reflexão no campo da Genealogia.

(mais…)

Confuso

Você seria capaz de dizer qual o parentesco existente entre João Pacheco de Peralta, Tomás Cordeiro de Carvalho, Miguel Veloso de Carvalho, Joana Pacheco, Ana Muniz de Barcelos e Rosa de Barcelos? O facto de eu ter perguntado já sugere que exista um parentesco, e a repetição de sobrenomes – Barcelos, Carvalho e Pacheco – reforça essa sugestão. Pois eu respondo: eles eram irmãos inteiros, isto é, filhos do mesmo pai e da mesma mãe, que se chamavam João Pacheco Cordeiro e Inês Muniz de Barcelos. João e Inês foram meus octavós, e Miguel Veloso de Carvalho foi meu antepassado direto. A variação de sobrenomes que observamos entre eles era bastante comum no passado e motivo para alguma confusão entre os recém-iniciados na Genealogia. É preciso falar sobre isso.

(mais…)