Aposta

Suspeitar de que compartilhamos um antepassado específico com um primo genético (match) apenas porque ele tem determinado sobrenome pode ser um caminho certo para o equívoco. Recentemente tive uma experiência que parece respaldar essa afirmação quando descobri um match na plataforma Genera chamado Lucas Salles. Experiências prévias relacionadas a esse sobrenome me levaram a acreditar que ele fosse descendente de João Pinheiro de Souza (1719-1782), que foi meu sexto-avô materno. O sobrenome Salles parece ter sido adotado – por razões ainda ignoradas – na descendência desse patriarca a partir de seu neto Francisco de Salles Pinheiro e Souza e depois usado em combinações como Salles de Moraes, Salles Pinheiro de Moraes e Salles Amorim. Trata-se de uma família em que houve notável endogamia, o que aumentou a carga genética do patriarca em sua descendência, chegando até mim por minha tetravó Maria Teresa da Paz (1791-1855), que foi neta dele.

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Anastácia

Aos cinco dias do mês de julho de mil oitocentos e quarenta e seis anos, nesta freguesia de Santo Antônio de Jacutinga, batizei sub conditione e pus os santos óleos em Julinda, inocente, batizada em casa em perigo de vida, nascida em vinte dois de fevereiro de mil oitocentos quarenta e três, filha natural de Eleutéria Rosa da Conceição, solteira. Foi protetora Nossa Senhora e padrinho Antônio Soares da Silva. Do que fiz este assento. O vigário Manoel dos Santos Silva

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Banhos

Em setembro de 1990, o museólogo Dalmiro da Motta Buys de Barros publicou uma obra – Banhos: resumos dos processos de casamentos do bispado do Rio de Janeiro (do século XVII ao XX) – na qual resumiu os processos de casamento que estavam disponíveis no arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro. Como se explica na introdução da obra, esses processos se iniciavam com uma petição dos pretendentes à Câmara Eclesiástica. Nessa petição, eles “apresentavam certidões de batismo e faziam um depoimento oral” – razão pela qual eram chamados de oradores – em que declaravam ser solteiros e desimpedidos e indicavam testemunhas que depusessem a respeito deles. Esses processos contêm informações preciosas sobre a genealogia de inúmeras famílias fluminenses, tais como dados sobre a naturalidade, a origem étnica e a profissão dos noivos. No entanto, como toda obra que se torna uma fonte genealógica secundária, é preciso lê-la com atenção, pois não é impossível que contenha erros.

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