Colaboração

A Genealogia é uma ciência colaborativa e deveria ser sempre assim, pois a pesquisa feita por um genealogista sempre alimenta a pesquisa dos que virão depois dele. Para entender essa verdade, basta pensar na importância que tiveram grandes mestres como Rheingantz e Silva Leme, que, se tivessem apenas guardado suas anotações, não nos teriam legado as obras monumentais que até hoje orientam nossas pesquisas. Essas obras sempre poderão ser aperfeiçoadas e ampliadas, mas a contribuição que elas já nos dão é incontestável. Para além da publicação dos resultados das pesquisas em obras e artigos de revistas temáticas, há que se falar também na ajuda que um genealogista dá aos seus pares e que já tive a possibilidade de experimentar algumas vezes.

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Intrigas

Neste quarto texto da série sobre a proposta de uma Genealogia que recrie aspectos da vida cotidiana dos antepassados vou tratar das formas de socialização e dos costumes. Aqui quero sugerir os processos inquisitoriais como peças relevantes não apenas para comprovação da condição cristã-nova de algum antepassado, mas também como fonte preciosa para o conhecimento sobre a alimentação, o trabalho e as formas como nossos antepassados se relacionavam com seus vizinhos – ou se tornavam desafetos deles. O caso em destaque tem relação com o português Bento Teixeira (1561-1618), “mestre de gramática” que viveu em Pernambuco e foi o autor do que se considera o primeiro poema épico da literatura brasileira: Prosopopeia.

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Peraltas

Quando a genealogia avança pelos séculos, é possível que não sejam mais encontrados assentos paroquiais que permitam saber quando os antepassados nasceram, casaram ou morreram. Talvez nem mesmo testamentos e inventários sejam encontrados que ajudem numa estimativa aproximada, mas, em alguns casos, a sorte pode acenar sob a forma de documentos de outra natureza: processos inquisitoriais. É certo que nesses processos nem sempre os dados vitais relacionados aos antepassados processados sejam exatos, mas podemos fazer estimativas, o que é melhor do que nada. É o caso que passo a descrever.

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