Delírios

Matéria publicada recentemente no New York Times trata dos riscos que a Inteligência Artificial (IA) apresenta para a saúde mental de pessoas sem histórico de condição psiquiátrica. Esses riscos decorrem da possibilidade de a tecnologia induzir os usuários a acreditarem em noções ilusórias a partir de uma sequência de validações e estímulos de reforço que os leve a ignorar fatos que contradigam tais noções. Mal comparando, seria como se a IA tentasse agradar aos usuários e, dessa forma, acabasse por manipulá-los. É uma descoberta bastante séria se considerarmos seu impacto global, pois só o ChatGPT responde mais de 140 milhões de mensagens diariamente apenas no Brasil, terceiro país que mais usa sua tecnologia. Para além do uso geral, já se veem tentativas de aplicações da IA na Genealogia, como atestamos pela descoberta de comunidades no Facebook dedicadas ao tema como a Genealogy and Artificial Intelligence (AI), com mais de 18 mil participantes. E também nesse segmento se veem problemas.

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Mutantes

Fazer pesquisa genealógica no Brasil é ter de enfrentar uma questão muito complexa: a dos sobrenomes. Se durante boa parte do século XX seguiu-se um costume de batizar os filhos legítimos com o sobrenome da mãe seguido do sobrenome paterno – houve exceções, eu sei – , a pesquisa em registros de dos séculos anteriores nos põe diante de possibilidades como filhos que na idade adulta adotavam o sobrenome da família paterna e filhas que adotavam o da família materna ou um sobrenome devocional – da Conceição, de Jesus, de São José – o que torna mais difícil a pesquisa porque este não traz nenhuma indicação dos sobrenomes familiares. Não bastasse isso tudo, havia pessoas que adotavam outro sobrenome na idade adulta e não necessariamente um que tivesse relação com os de sua família.

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