Reflexão

Existem em minha árvore vários ramos maternos ainda pendentes de esclarecimento pela existência de filhos naturais de quem se conhecem apenas as mães. Um desses casos eu acredito ter esclarecido recentemente pela revelação da paternidade de meu bisavô Artur Rabelo Guimarães no cidadão português Antônio Rabelo Guimarães (1846-1888), natural da freguesia de Queimadela, no município de Fafe em Braga. Ao mesmo tempo, a mãe de Artur segue sendo uma mulher de paternidade desconhecida, assim como persiste o desconhecimento sobre a identidade do pai de Argemira, minha bisavó, esposa de Artur. Algo parecido ocorre no ramo de meu avô materno: seu pai João Pereira Belém era filho de Pedro Gomes de Moraes e uma mulher chamada Joaquina, com quem Pedro nunca se casou e cuja filiação completa é um enigma. João Pereira Belém se casou com Teodora Maria da Conceição, filha de Felipe Rangel e uma mulher que ora surge como Maria Laurinda (ou Lucinda ou ainda Leonarda) da Misericórdia e ora surge como Maria Gaspar, ambos de filiação ignorada. Faltam livros paroquiais da freguesia de Santo Antônio de Jacutinga, no Rio de Janeiro, onde essas pessoas viveram, pelo que tento recorrer aos testes de DNA autossômico para esclarecer essas filiações e continuar a construir minha árvore. Este texto traz uma reflexão a partir do que sei dos documentos disponíveis e do que o DNA me revelou até o momento.

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Diáspora

Mais de 92 milhões de pessoas (45,3% da população) entrevistadas pelos recenseadores no censo de 2022 se identificaram como pardas, reconhecendo dessa forma que descendem de povos originários – indígenas e africanos. O termo pardo originalmente dizia respeito apenas a pessoas que fossem mestiças de brancos e africanos e, se levarmos em conta que a população brasileira sempre foi majoritariamente composta de pessoas de origem africana – foram elas que movimentavam a economia colonial e imperial – , temos de admitir que o povo brasileiro descende majoritariamente de africanos escravizados e, como discuto a seguir, de diversas etnias.

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Estimativas

Quando a árvore genealógica alcança gerações muito remotas, além dos decavôs, por exemplo, é possível que não se encontrem mais livros com registros de eventos vitais como batismos, casamentos e óbitos. Esses livros podem ter sido destruídos por incêndios ou inundações, pela ação de insetos ou pela corrosão provocada pela tinta com que se escreviam os registros. Com sorte, talvez se consigam informações em fontes secundárias como obras de pesquisadores do passado, mas talvez essas obras deixem de mencionar elementos importantes como as datas em que as pessoas nasceram, se casaram ou morreram, pelo que pode ser necessário fazer estimativas a partir de pontos de referência disponíveis. O que apresento abaixo é um exemplo de como tento elaborar essas estimativas.

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