Preconceitos

Este é o terceiro texto da série que dedico à proposta de uma Genealogia que vá além do simples inventário de nomes, datas e lugares para recriar, com base em fontes primárias – relatos de viajantes, cartas – e secundárias – estudos acadêmicos – , um relato da vida cotidiana de nossos antepassados. Neste texto, sigo abordando o relato do viajante Richard Flecknoe, que visitou a cidade do Rio de Janeiro em meados do século XVII. Aqui trato da cautela que se deve ter ao recorrer a fontes como os relatos de viajantes, pois eles pintam um quadro da vida social de nosso passado com as tintas das culturas desses observadores, o que em geral dava margem a percepções enviesadas e carregadas de preconceito.

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Vida

É minha opinião que a Genealogia deva ir além do inventário de nomes, datas e locais – que podemos extrair de registros paroquiais, civis e legais – para recriar a ambiência e a vida cotidiana de nossos antepassados. Reconheço que isso nem sempre seja possível, pois, à medida que retrocedemos nos séculos, fontes primárias como cartas, diários e relatos de viajantes, que nos dariam um gosto da vida passada, podem inexistir. É por isso que considero uma preciosidade a obra epistolar publicada em 1655 pelo viajante inglês Richard Flecknoe. Ela será tema do primeiro e segundo textos de uma série que publicarei aqui no blogue nas próximas semanas.

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Banhos

Em setembro de 1990, o museólogo Dalmiro da Motta Buys de Barros publicou uma obra – Banhos: resumos dos processos de casamentos do bispado do Rio de Janeiro (do século XVII ao XX) – na qual resumiu os processos de casamento que estavam disponíveis no arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro. Como se explica na introdução da obra, esses processos se iniciavam com uma petição dos pretendentes à Câmara Eclesiástica. Nessa petição, eles “apresentavam certidões de batismo e faziam um depoimento oral” – razão pela qual eram chamados de oradores – em que declaravam ser solteiros e desimpedidos e indicavam testemunhas que depusessem a respeito deles. Esses processos contêm informações preciosas sobre a genealogia de inúmeras famílias fluminenses, tais como dados sobre a naturalidade, a origem étnica e a profissão dos noivos. No entanto, como toda obra que se torna uma fonte genealógica secundária, é preciso lê-la com atenção, pois não é impossível que contenha erros.

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