Retratos

Como cada foto é apenas um fragmento, seu peso moral e emocional depende do lugar em que se insere. Uma foto muda de acordo com o contexto em que é vista […] A exemplo do que Wittgenstein afirmou sobre as palavras, ou seja, que o significado é o uso – o mesmo vale para cada foto. | Susan Sontag. Sobre fotografia. Companhia das Letras, 2004, p. 122

Poucos hoje se dão conta de que houve uma época em que o ato de ser fotografado era cercado de um ritual para o qual as pessoas se preparavam vestindo seus melhores trajes, usando seus acessórios mais caros, arrumando o cabelo e fazendo poses em que procuravam mostrar-se da forma como julgavam transmitir o melhor de si. As fotografias podiam ser enviadas como presentes para parentes e amigos ou expostas em lugar de destaque na sala de visitas. Pois as fotografias já foram assim, e um de seus formatos – o retrato – chegou a ser o gênero mais comercializado no Brasil no início do século XX, segundo nos conta Luísa Kuhl.

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Estatura

A humanidade era menor ainda em um terceiro aspecto: os europeus no geral, eram nitidamente mais baixos e mais leves do que hoje. […] Isso não significava que os homens do fim do século XVIII fossem mais frágeis do que somos. […] – Eric Hobsbawm – A era das revoluções: 1789-1848 – Paz e Terra – Edição: 1 (9 de julho de 2015)

Um fato observável em boa parte do mundo ocidental é a maior estatura dos jovens em relação às de seus pais e avós. Essa transformação foi consequência da melhoria de várias condições de higiene, como a qualidade e fartura dos alimentos, o tratamento da água e a redução ou total prevenção de sequelas de doenças infantis graças às campanhas de vacinação na infância. Certo que ainda há grande desigualdade entre os países, mas, de modo geral, os jovens atuais tendem a ser mais altos.

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Exilados

A pena de degredo – exílio involuntário com aproveitamento da mão-de-obra do degredado – foi aplicada em Portugal durante sete séculos até ser abolida do Código Criminal português em 1954. Aqueles que cometiam atos considerados ofensivos à Coroa ou à Igreja eram frequentemente obrigados ao exílio nas colônias, onde eram forçosamente integrados à economia local. Mas houve também aqueles que recorreram ao exílio voluntário para salvar a própria pele.

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