Seabras

Minha trisavó Julinda Dias Seabra (1843-1884) foi identificada nos documentos da Igreja apenas como filha natural de Eleutéria Rosa da Conceição, mas carregava um sobrenome composto que parecia denunciar a identidade de outra família, talvez a de seu pai biológico. Com auxílio de minha prima e genealogista Cassia Carauta, foi reconhecida a presença de um cidadão português chamado Pedro Dias de Seabra na mesma freguesia de Santo Antônio de Jacutinga, onde Julinda nasceu, teve dois filhos e faleceu.

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Tibiriçá

Em sua coluna na Folha de S. Paulo, publicada em novembro de 2024, o jornalista Vicente Vilardaga afirmou que “não existiu um homem mais poderoso no planalto de Piratininga em meados do século XVI do que o cacique Tibiriçá”. E acrescentou: foi “graças a ele que os jesuítas conseguiram se instalar no Pátio do Colégio, que daria origem à vila de São Paulo […].” Além de aliado dos colonizadores, Tibiriçá foi sogro do enigmático e longevo português João Ramalho, que já vivia nas terras paulistas antes de 1534, em união com Bartira, filha do cacique. Por seu valor estratégico para os colonizadores, Tibiriçá foi batizado com o nome Martim Afonso – o mesmo do fundador da vila de São Vicente – e, séculos mais tarde, reverenciado como patriarca do povo paulista. Mas afinal, quem foi ele?

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Longevos

… mas antigamente as pessoas viviam menos, morriam cedo.

Quando ouvi essa afirmativa de uma amiga psicóloga, imediatamente varri a memória sobre os já então incontáveis antepassados que havia conseguido incorporar à minha árvore familiar e dei uma resposta igualmente afirmativa: “Isso não é verdade e posso comprovar com dados de minha pesquisa”. De fato, já entre meus tios maternos e paternos, nascidos nas primeiras décadas do século XX, encontrei poucos que tiveram vida curta. Minhas tias maternas viveram bem mais que seus irmãos e maridos e faleceram na casa dos oitenta.

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