Diáspora

Mais de 92 milhões de pessoas (45,3% da população) entrevistadas pelos recenseadores no censo de 2022 se identificaram como pardas, reconhecendo dessa forma que descendem de povos originários – indígenas e africanos. O termo pardo originalmente dizia respeito apenas a pessoas que fossem mestiças de brancos e africanos e, se levarmos em conta que a população brasileira sempre foi majoritariamente composta de pessoas de origem africana – foram elas que movimentavam a economia colonial e imperial – , temos de admitir que o povo brasileiro descende majoritariamente de africanos escravizados e, como discuto a seguir, de diversas etnias.

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Cabo-verdiano

A identificação das origens dos antepassados que foram escravizados na África é talvez o maior desafio para a genealogia de famílias afrodescendentes no Brasil, pois, além de raramente haver registros documentais que permitam traçar essas origens, uma pessoa afrodescendente pode ter antepassados de diferentes etnias africanas. Os testes de genealogia genética – as ferramentas mais avançadas disponíveis – até parecem sinalizar a solução para esse desafio, mas eles ainda são pouco precisos e só nos resta o incansável trabalho de analisar periodicamente as correspondências (matches) com outros clientes sugeridas pelas plataformas que vendem esses testes.

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Mina

A série Origens do Ecoa-UOL promove o resgate “histórico da construção de identidade de pessoas negras” e, por ocasião da Copa do Mundo de Futebol de 2022, lançou um especial com entrevistas de ex-jogadores que disputaram a Copa do Mundo e aceitaram participar de um teste de genealogia genética para explorar sua ancestralidade. Neste texto abordo especificamente a entrevista do capitão Marcos Evangelista de Morais, que os brasileiros conhecem como Cafu, que tem no currículo os feitos notáveis de ter sido o jogador com mais partidas pela seleção (142 jogos), o que mais disputou partidas do mundial (20 jogos) e o único no planeta a jogar três finais seguidas, das quais venceu a de 1994 e a de 2002.

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