Erros

A leitura de assentos paroquiais costuma ser um problema para quem se inicia na pesquisa genealógica. Além de originais parcialmente devorados por insetos ou mesmo pela química da tinta que era usada e destruía o papel ou atravessava a folha, dificultando ou simplesmente impedindo a leitura do texto, havia ainda o fator da grafia antiga, que embora seja algo complexo, é passível de aprendizagem após alguma exposição ou estudo formal. E havia os erros cometidos pelos párocos e eram retificados durante o registro, o que produziu textos com riscos e rabiscos. Embora esses erros possam parecer mais um problema, vou provar que eles podem ser nossos aliados.

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Grito

Aos vinte de outubro de mil oitocentos e vinte e três, por despacho de sua Exmª Rmª o Sn. Bispo Capelão […] no oratório das casas do comendador Henrique José Pinto Ribeiro de Vasconcelos e Souza, sitas nesta freguesia de São Francisco Xavier do Engenho Velho, depois de proclamadas uma vez nesta matriz, e de que não resultou impedimento, às seis horas e um quarto da tarde, na minha presença e das testemunhas abaixo assinadas, se recebeu em matrimônio com palavras de presente, conforme o sagrado Concílio Tridentino e constituições, Cassiano Gomes Nogueira, filho legítimo do capitão Hilário Gomes Nogueira e de dona Maria Josefa do Nascimento, natural e batizado na freguesia do Bananal do bispado de São Paulo, com dona Maria da Estrela Pinto Ribeiro de Vasconcelos e Souza, filha legítima do comendador Henrique José Pinto Ribeiro de Vasconcelos e Souza e de dona Joaquina Firmina Pereira de Souza Pinto, natural e batizada na freguesia de Santa Isabel do patriarcado de Lisboa. E lhes dei as bênçãos do ritual romano. E para constar fiz este assento.

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Quilombo

Das diversas formas de resistência empreendidas pelos africanos escravizados e seus descendentes ainda não libertos no Brasil, as fugas foram sempre as mais frequentes e ocorreram durante toda a vigência do regime escravocrata. Os aquilombamentos – do quimbundo kilombo, que significa acampamento, união – foram também muito frequentes, e os quilombos variavam em tamanho, localização e até atividade econômica a que se dedicavam, tendo havido registros de alguns que sobreviviam do aluguel de mão de obra aos fazendeiros locais. Além dessas formas de resistência muito frequentes, inúmeros escravizados urbanos processaram seus senhores nos tribunais por maus-tratos ou por descumprimento de promessas de libertação. Finalmente, houve ainda casos de escravizados que assassinaram seus senhores, pelo que se livraram dos sofrimentos das lavouras e esperavam contar com a possibilidade de perdão do imperador.

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