Enigma

A partir das seguintes pistas, descubra quem pode ter sido o pai da jovem Firmiana Maria Xavier, parda, forra (liberta), batizada em 15 de janeiro de 1776 na freguesia de Santo Antônio de Jacutinga, Rio de Janeiro, filha natural de Ana Maria Xavier, também parda e forra. Pessoas pardas eram filhas de mulheres de ascendência africana e homens brancos. Esses homens frequentemente eram filhos de senhores de escravizados.

Esse foi o comando que forneci à ferramenta de Inteligência Artificial ChatGPT para descobrir de que forma ele resolveria o enigma da paternidade de minha sexta-avó Firmiana Maria Xavier, que poderia ser filha de um homem pertencente a uma de duas famílias brancas – à dos Correa Vasques ou à dos Sanches de Castilho – que representavam o poder colonial lusitano na freguesia de Santo Antônio de Jacutinga, recôncavo da Guanabara, na segunda metade do século XVIII.

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Julinda

Aos três dias do mês de março de mil oitocentos e noventa e quatro, neste primeiro distrito do município de Iguaçu, cidade de Maxambomba, Estado do Rio de Janeiro, sendo quatro horas da tarde, na casa de residência do nubente Artur Rabelo Guimarães, presentes o cidadão Claudino José Cardoso, juiz de paz do terceiro ano, no impedimento do primeiro ano, digo, juiz de paz primeiro ano e do juiz de paz do segundo ano, comigo escrivão interino do Registro Cível, abaixo assinado e as testemunhas o capitão Augusto Monteiro Paris e o tenente Antônio dos Santos Barbosa, receberam-se em matrimônio, segundo o regime comum e o costume do Estado, Artur Rabelo Guimarães e Argemira Pereira da Silva, ele idade vinte e cinco anos, solteiro, brasileiro, filho natural de Julinda Dias Seabra, já falecida, natural e residente neste distrito; e ela idade vinte anos, solteira, brasileira, filha natural de Maria Pereira do Céu, já falecida, natural e residente neste distrito. Em firmeza do que lavrei este ato em que assinei com o juiz, sendo a rogo da nubente, por não saber ler nem escrever, o alferes Godofredo Caetano Soares e as testemunhas do casamento.

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Desfecho

Em um texto já antigo aqui no blogue apresentei o caso da busca da paternidade de meu bisavô materno Artur Rabelo Guimarães (1868-1917), cujos registros documentais informavam apenas que era “filho natural de Julinda Dias Seabra”. Mencionei naquele texto que a disparidade de sobrenomes de mãe e filho e a presença na cidade de uma família com o mesmo sobrenome de Artur indicava a possibilidade de uma perfilhação, embora até seu casamento com minha bisavó Argemira ele ainda fosse identificado como filho de pai desconhecido.

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