Sou entusiasta dos testes genéticos, pois eles já me ajudaram a confirmar uma análise documental que poderia conter alguma falha de interpretação e a descobrir primos distantes com quem agora mantenho contato quase cotidiano. Esse entusiasmo se manifesta em minha disposição de testar não apenas meu DNA, mas também os de meus primos, especialmente do ramo materno, que apresenta muitas dificuldades, pois ambos os meus bisavós desse ramo foram filhos de mães solteiras.
O último teste realizado foi o da prima Thais, neta de Maria, irmã de minha avó materna Durvalina, cujo ramo é especialmente problemático, pois os pais de Durvalina (Arthur e Argemira) eram ambos filhos naturais e há praticamente nenhuma informação além das contidas em assentos paroquiais. A esperança é de que matches entre mim, Thais e os primos W. e R. possam trazer alguma pista sobre as origens de nossos trisavós.
O teste de Thais foi realizado por meio de um laboratório brasileiro e os dados brutos foram extraídos e migrados para o GEDmatch e o Myheritage. Alguns matches já surgiram, um deles em especial com um sobrenome que também existe em nossa árvore e relacionado à mesma região onde viveram meus avós: Seabra, do Rio de Janeiro. Já fiz contato com esse match em busca de mais informações e ainda aguardo sua resposta.
Mas o que quero apontar aqui é algo importante que precisa ser entendido sobre os resultados desses testes: eles são baseados em herança genética, que não é algo lógico e necessariamente matemático. Assim, embora Thais, eu, W. e R. sejamos primos do mesmo grau, o percentual de DNA compartilhado entre nós é variável, o que faz o MyHeritage indicar graus de parentesco distintos entre nós, como se vê abaixo:
- Thais e R. compartilham 133.9 cM e seriam primas entre o 2º e o 3º grau segundo essa plataforma
- Thais e eu (73.8 cM) e Thais e W. (64.4 cM) seríamos os três primos entre o 3º e o 5º grau
Essa diferença pode ser explicada pelo facto de que herdamos genes diferentes dos mesmos n-avós (bisavós, trisavós…) em comum. Assim, Regina e Thais provavelmente herdaram maior quantidade de genes em comum desses avós.
José Araújo é genealogista.