Suposições

Tenho estudado a descendência do cristão-novo Duarte Nunes faz algum tempo. Por depoimentos prestados ao visitador Heitor Furtado de Mendonça, na primeira visitação do Santo Ofício à Bahia, sabe-se que ao menos ele, seu filho Domingos Nunes (Sardinha) e seu genro Pero Neto viviam em Porto Seguro nos idos de 1580 quando se envolveram em atritos com o pároco local. Na década seguinte, esses três personagens – e certamente outros parentes – já se encontravam no Rio de Janeiro, onde não apenas conseguiram terras, mas também tiveram grande descendência, a qual ficou livre de problemas com a Igreja durante bastante tempo. Muito do que pude descobrir sobre Duarte foi resultado da análise tanto dos depoimentos prestados ao visitador, quanto de registros paroquiais e de terras, de obras de grandes genealogistas como Rheingantz e Belchior e, finalmente, da observação dos usos e costumes dos cristãos-novos portugueses, tais como os casamentos endogâmicos e a escolha de nomes de batismo dos filhos em homenagem a avós e tios.

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Paradeiro

O desaparecimento de pistas sobre um membro da família é algo bastante comum durante a pesquisa genealógica. Esse desaparecimento pode ser temporário, por conta do desconhecimento de que esse membro mudou-se para outra localidade ou migrou para outro país; ou permanente, porque se perderam os registros documentais que poderiam ajudar a contar algo mais sobre sua história. A segunda explicação parece ser aplicável ao caso que passo a descrever.

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Desafio

Há alguns anos, recebi um pedido de contato a partir de um dos inúmeros grupos de Genealogia no Facebook de que participo. A pessoa interessada era uma jovem que se comunicava em inglês e relatava ter nascido no Brasil e sido adotada por um casal israelense em um caso envolvendo a venda de crianças brasileiras para casais estrangeiros na década de 1980. Agora adulta e consciente da forma como se tornou uma cidadã involuntária de outro país, ela desejava descobrir a identidade de seus pais biológicos. Infelizmente não tinha ainda experiência para ajudá-la, mas o relato me impressionou bastante. Descobri que havia inúmeras pessoas nessa condição e que elas se reuniam em comunidades do Facebook onde tentavam obter mais informações para tentar chegar à descoberta da identidade de suas famílias biológicas no Brasil.

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