Quando as pistas documentais se tornam menos informativas – ou até escassas – e não existem mais parentes vivos que se lembrem de factos que permitam elucidar a história familiar, talvez os testes genéticos possam vir ao nosso auxílio. Meu ramo familiar paterno é português e bem documentado em ambos os costados – avô e avó – até o século XVII. O mesmo não ocorre com meu ramo familiar materno, pois meus quatro bisavós eram filhos de pais desconhecidos. Essa situação persistiu até que consegui elucidar a paternidade de um de meus bisavôs – João Pereira Belém, pai de meu avô Enéas – em caso já descrito aqui no blogue e cuja ratificação ocorreu por meio de testes genéticos feitos por mim e por quatro de meus primos maternos – leia aqui e aqui.

Ainda assim persiste o desconhecimento em três casos, dos quais os mais prováveis de resolução sejam os de meus bisavós Arthur e Argemira, pais de minha avó Durvalina. Dos quatro primos já testados, dois descendem tanto do já citado João – e de sua esposa Theodora, cuja paternidade foi parcialmente elucidada por meio de documentos – quanto de Arthur e Argemira. Tenho encontrado vários matches comigo e meus primos já testados que têm origem no Nordeste – Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte -, embora minha família já mapeada pelo ramo de João Pereira Belém tenha origem no Sudeste – Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Esses matches nordestinos podem tanto ser resultantes de migrações dos antepassados já mapeados no Sudeste ou descendentes de antepassados em comum com Arthur e Argemira, sobre os quais nada sei até este momento. A solução para esse mistério seria buscar primos que descendessem apenas desse casal, pois os matches – primos genéticos em outras famílias – desses primos que fossem comuns comigo e meus dois primos já testados poderiam trazer pistas sobre a identidade e/ou origem dos pais desses bisavós.

Esquema de Teste para Primos

Até o momento, encontrei uma prima – bisneta apenas de Arthur e Argemira – que demonstrou curiosidade e interesse. Espero em breve chegar a conclusões sobre nossos bisavós em comum: suas origens familiares ou ao menos geográficas.

Em casos assim, a estratégia é a mesma que apresentei em outro texto, mas não custa repetir:

  • Testar várias pessoas na família, de preferência os mais idosos, mas também primos, pois os matches que aparecerão para eles poderão trazer informações preciosas para a resolução de enigmas familiares;
  • Publicar os dados brutos em diferentes plataformas, pois elas possuem bancos de dados com composições variáveis de pessoas testadas;
  • Retornar periodicamente às plataformas onde publicamos os dados brutos, pois novos matches surgem todos os meses e podem, em qualquer momento, trazer informações úteis para nossas famílias;
  • Fazer contato com os matches que pareçam mais relevantes pela quantidade de DNA compartilhado (sugiro acima de 30cM, mas não apenas) e também pelos sobrenomes e regiões em comum com nossas famílias.

José Araújo é genealogista.


José Araújo

Genealogista