Perguntas

Genealogista é alguém que aprendeu a fazer perguntas. Essa afirmação pode soar esquisita, afinal, segundo o senso comum, um genealogista seria justamente alguém que encontra respostas para as perguntas trazidas pelos clientes, tais como: onde nasceu meu avô português? existe algum cristão-novo em minha árvore familiar? A afirmação pode soar esquisita, mas o fato é que não se chega às respostas sem fazer boas – e muitas – perguntas. E eu explico essa afirmação fazendo outra afirmação igualmente esquisita: quem naturaliza os fatos da realidade – quem os toma como sempre verdadeiros ou inevitáveis – dificilmente fará uma boa pesquisa genealógica.

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Dez

Quem assistiu à série A Grande Descoberta deve ter percebido como é possível que um genealogista acumule grandes volumes de evidência sem chegar a nenhuma solução para um caso. Na série, o genealogista busca a identidade de um criminoso que cometeu um duplo homicídio que realmente ocorreu em uma cidade da Suécia. Na vida cotidiana, um genealogista pode ter de lidar com a busca da identidade do genitor de um cliente ou ainda da de um antepassado que tenha sido registrado como ‘filho natural de’. Eu me encaixo várias vezes na segunda circunstância por conta de meus bisavós maternos serem filhos de pais desconhecidos. Em ao menos dois casos – leia aqui e aqui – consegui chegar ao pai biológico por Genealogia genética e análise de documentos de pessoas próximas.

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Prole

Aos oito de julho de mil setecentos e cinco faleceu […] dona Maria Machado, [recebeu os sacramentos e fez] seu testamento […] nomeando por seus testamenteiros a seu [filho Francisco Barreto] e seu […] [Cordeiro de] Peralta […] Declarou que era natural desta [cidade], filha legítima de Antônio Machado e de Bárbara [Nunes], já defuntos, e que fora casada com Fernando de Muniz, de que teve sete filhos: três machos e quatro fêmeas. […]

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