Efigênia

Aos vinte dois dias do mês de novembro de mil oitocentos e trinta e um, nesta freguesia do Sacramento da Sé e [rua] de São Joaquim, faleceu o inocente João, filho legítimo de João Antônio e de Justina Maria de Carvalho. Foi amortalhado de Menino do Coro e encomendado por mim, e sepultado na capela de Santa Efigênia. De que fiz este assento que assinei. O coadjutor José Simões da Fonseca.

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Guiné

Aos quinze dias do mês de fevereiro de mil e setecentos e quarenta e nove anos, batizei solenemente e pus os santos óleos a Manoel, filho legítimo de Estevão Gonçalves e Mariana de Sousa, pretos forros, assistentes na fazenda do Viegas. Foram padrinhos Francisco Xavier Gama e sua mulher Rita Maria, todos desta freguesia de Nossa Senhora do Desterro. De que fiz este assento que assino. _ o vigário Antônio José […]

O assento de batismo do menino Manoel traz uma riqueza de informações que têm enorme relevância para uma pessoa afrodescendente que tenha parentesco distante com ele. Por esse documento descobrimos não só o estado civil dos pais do batizando, como também onde viviam, suas origens raciais e condição social.

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Fugitivos

Após a chegada de Cabral às terras baianas, Portugal não iniciou de imediato uma ocupação maciça delas porque seria custoso e porque nelas não foram encontrados metais preciosos que justificassem o investimento – no que a coroa espanhola teve mais sorte nas terras por ela dominadas seis anos antes. Mas a ocupação do Brasil acabou sendo inevitável frente à cobiça das outras coroas europeias. Para evitar a perda do território, Portugal iniciou uma ocupação mercantil baseada no plantio da cana após a divisão do território em largas extensões que iniciavam no litoral e seguiam até os limites do Tratado de Tordesilhas no interior. Essas extensões de terra seriam administradas por capitães donatários que tinham enormes responsabilidades, mas parcas condições de manter o regime funcionando com lucro para a coroa. Diante das dificuldades por eles encontradas, a coroa portuguesa decidiu sediar um governo central na colônia, e o primeiro governador-geral foi o fidalgo Tomé de Souza, que construiu a primeira capital do Brasil – a cidade de Salvador – na capitania da Bahia de Todos os Santos. A ele se seguiram no governo da terra Duarte da Costa e Mem de Sá. Este último foi o responsável pela expulsão dos franceses que haviam conquistado a Baía de Guanabara em 1555. Ele nos interessa de perto para o que vou relatar.

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